
Em sítese, a lenda é a seguinte:
“Nos tempos da escravidão, havia um estancieiro que maltratava negros e peões. Num dia de inverno, fazia muito frio, o fazendeiro mandou que um menino negro de quatorze anos fosse pastorear animais (cavalos e ovelhas) que acabara de comprar.
Quando o negrinho retornou da lida, o estancieiro apontou a falta de um cavalo baio. Enraivecido, o patrão pegou o chicote e castigou o menino de forma violenta, até sangrar.
O negrinho, mesmo dolorido e quase sem energias, procurou o cavalo desgarrado. Conseguio localizá-lo, mas o animal, arisco, fugiu novamente.
Nova surra! Pior: o negrinho foi amarrado pelo estancieiro e, completamente despido, foi abandonado ainda vivo sobre um formigueiro.
No outro dia, o estancieito foi ver o guri, que deveria estar morto. No entanto, para sua surpresa, o negrinho estava lá, de pé, vivo, sem marcas dos castigos. Ao lado dele, a Virgem Nossa Senhora, e mais adiante o baio e os demais cavalos.
A partir daquele dia, os campeiros, em suas andanças, dizem avistar um negrinho, montado em um cavalo baio, pastoreando uma tropilha de tordilhos, cruzando coxilhas e rios.
Pois o negrinho está sempre procurando objetos perdidos, pondo-os de jeito a serem achados pelos seus donos, desde que os interessados acendem um coto de vela.
Por isso, quem perde coisas e não as localiza, só tem um jeito: acender uma vela junto de algum mourão ou sob os ramos das árvores, para o Negrinho do Pastoreio. Se ele não achar, ninguém mais acha.”
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